Publisher's Synopsis
Sylvie, obra-prima da literatura, é uma história fixada como uma viagem no tempo e no subconsciente, "meio sonhada", parecendo por vezes alucinada, "de um coração apaixonado por dois amores simultâneos" (ou três), um por uma atriz parisiense (Aurélie, corrompida como todas as atrizes, como ensinara ao narrador um tio), o qual poderia ser apenas a representação de um amor obsessivo por uma loura aristocrática entrevista na infância e consagrada pela família à vida religiosa (Adrienne), e outro por uma bela camponesa do Valois (Sylvie, amor de infância suavemente real, que na ausência do narrador, afastado pelos seus estudos em Paris e pelas suas viagens, se corrompeu também). O narrador perde-se nas suas quimeras. Mas seria amor o que ele sentia, ou procuraria ele apenas uma imagem (o espírito que emerge do abismo em Châalis?), ou um drama, do qual o desenlace lhe escapava? Poderia ele fiar-se nos seus sentimentos, ou mesmo nas suas recordações? As idílicas paisagens do Valois tornam-se num cenário inquietante, onírico e obsessivo, "azulado e purpúreo", como escreveu Proust, e os nomes de povoações evocados em Sylvie ficar-lhe-ão para sempre associados no imaginário do leitor.