Publisher's Synopsis
O Naufrágio da Humanidade é um chamado para olhar o curso do mundo. A poesia de Kintto Lucas tem a força para tocar o coração e o pensamento. Das crianças no Mediterrâneo, Aylan Kurdi: Uma criança não coloca os melhores sapatos para morrer no mar, embora o Mediterrâneo, de Algeciras a Istambul, seja um cemitério. Dos refugiados nos campos, dos palestinos no muro de Cisjordânia, dos saharauis no deserto, das fronteiras e muralhas, das fadigas, dos escombros da Síria, da ironia de Deus e o diabo no Rio de Janeiro, das águas de Ayotzinapa, da vida e a morte curda, da Comuna de Paris a Comuna de Chanel, do esquecimento dos negros americanos, das cavernas de Wall Street, das religiões e suas histórias, das muitas mortes do Che, das revoluções de papel, sonhos quebrados, dos poetas quebrados, do mundo quebrado. Cada lágrima é diferente da outra: as lágrimas da Palestina não são iguais às da Síria ou Ayotzinapa, e há muitas que desaparecem, secam, perdem a sal, o tempero da vida e da morte que só têm as lágrimas.Na poesia de Kintto Lucas há um desgosto e um pessimismo latente ao ver um mundo que vai de um inferno para outro através do Acheron. Deus existe, é claro que existe, quem não existe é o ser humano, depois que Deus passou pela terra. Não é um naufrágios são muitos naufrágios. Mas, a pesar do pessimismo onettiano há uma fina ironia na sua poesia, que há fazem viva, diferente, abrindo novos caminhos dentro da poesia latino-americana. Há uma cadência, um ritmo, códigos próprios que tornam esta poesia, um momento único da palavra. Há também algumas piscadelas, como uma forma de homenagear aos grandes poetas Fernando Pessoa e Juan Gelman.