Publisher's Synopsis
Em tempos em que a política se fragmenta em ecos dissonantes e o poder se refugia em zonas de silêncio técnico, este livro propõe um retorno ao princípio mais esquecido da democracia: a justificação. Não aquela que se impõe com slogans, mas a que se constrói lentamente, entre facções que não se anulam, mas se escutam. Aqui, a autoridade não é o produto da maioria, nem o efeito da força - é o resultado de um processo em que razão, norma e conflito se entrelaçam com a precisão de um relógio imperfeito, mas honesto. Este não é um tratado sobre ideais inalcançáveis, tampouco um manual de engenharia institucional. É uma travessia pela matéria mais densa da vida pública: o dissenso. Weber fornece a estrutura, Dahl traça o campo da disputa, Habermas aponta a linguagem da legitimidade. Mas nenhum deles, isoladamente, dá conta do mundo em que vivemos. É preciso convergência. E é dela que nasce este livro. Ao ler estas páginas, você não encontrará a superação do conflito, mas a sua morada legítima. Não o fim das facções, mas a arte de fazer delas instrumentos da liberdade. Porque governar o plural não é escolher um lado: é construir, com palavras e instituições, um poder que aceite ser criticado - e, mesmo assim, continue de pé.